8 de novembro de 2010

Comida, memória e sentidos.

Feriado passou. Eu fui pra São José dos Campos, visitar a familia, brincar com os sobrinhos, curtir os amigos e...comer!
Não tem comida mais gostosa, saborosa e delíciosa do que a comida que vem junto com os sentidos e sentimentos.
Franguinho caipira refogado, angú, arroz branquinho e soltinho, salada, e legumes refogados. Tudo preparado pelas mãos da minha mãe e de vovó. Esta é a comida de minha infância, minha memória sente o aroma e traz com ela o cafuné nos fins de tarde quando eu era criança, o aconchego da cozinha lá de casa, as conversas sobre as coisas do mundo, os ensinamentos, enfim, traz uma parte de minha existência e que moldou meu carácter e o modo de olhar pro mundo!
A receita é o carinho e o amor incondicional. Coloco algumas fotos de deixar com água na boca:




Mas a receita mesmo de hoje, é da boa e velha pizza marguerita.
Na noite de segunda pra terça, fui visitar um grande e especial amigo que preparou tudinho enquanto colocávamos o papo em dia, acompanhado de um bom vinho chileno.
Fotografei todos o processo e aprendi com ele a fazer a massa de pizza. Descobri que é mais fácil do que eu imaginava!

Pizza Marguerita do Lelê (porque sou íntima, tá!) ou do músico Zamah:

Massa:
02 medidas de farinha, uma pitada de sal e três pitadas de açucar ( ele diz que põe mais açucar porque gosta da massa mais agridoce) e água o quanto baste.
Misture aos poucos a farinha com o sal e o açucar com a água até virar uma massa firme.
Depois abra a massa com um rolo de macarrão ( ele usou um garrafa de vinho vazia que dá certo do mesmo jeito!). Depois coloque no forno por uns quinze minutos, até a massa ficar crocante.



    

Recheio: molho de tomate, mussarela ralada, tomate e folhinhas de manjericão.




A pizza ficou deliciosa, tudo porque também foi feita com amor incondicional. Eu e Lelê (ou Zamah) nos conhecemos há pelo menos quinze anos, passamos muita coisa juntos, andamos pela mesma estrada, dividimos a mesma morada, conhecemos novas paisagens, ficamos tempos sem nos ver mas toda vez que nos encontramos é sempre saboroso, como a pizza que ele fez pra gente!

Evoé!

19 de outubro de 2010

Salve a berinjela e a ricota!

Sabe aqueles dias em que bate aquela fominha, você olha na geladeira e tem que se virar com o que tem?
Numa noite destas, usei a criatividade e fiz um lanchinho rápido. Mas nem por isso menos saboroso!

Usei pão de forma, dourado no azeite:
Cortei os pães em formato de triângulo reguei com um fio de azeite e coloquei na frigideira até dourar dos dois lados.

Ricota:
Amassei a ricota, temperei com alho picadinho, sal, pimenta do reio, um fio de mostarda, azeite, manjericão e uvas passas.


Berinjela:
Piquei a berinjela bem fininha, coloquei na frigideira em fogo baixo e temperei com alho picadinho, sal e pimenta do reino, joguei um dente de alho com casca pra dar uma aromatizada e o suco de meio limão.




E pra acompanhar, uma refrescante caipirinha de vodka com Kiwi!


Pra quem se interessa por história da gastronomia,  vai a dica do livro "Banquete" de Roy Strong. Um livro sobre a história da culinária dos costumes e da fartura à mesa. Ilustrado, dá pra ter uma idéia de como eram os banquetes desde a Grécia antiga, passando pela comida medieval até o inicio do século XX.
Bom apetite e boa leitura!

19 de setembro de 2010

Maminha moída com massa folhada, brócolis na manteiga e salada de repolho, batatas e azeitonas

Logo que cheguei em São Paulo, há três anos atrás,  almocei num restaurante aqui pertinho de casa - o Santa Papa -  e experimentei essa carne que ficou na minha memória, pois tinha um sabor delicado e uma textura macia e muito suculenta.
Hoje de manhã depois do café, organizando algumas coisas e pensando no que iria cozinhar pro almoço a primeira coisa que me veio a cabeça foi o sabor deste prato.
Resolvi que este seria o cardápio de hoje. Só que não tenho muito intimidade com a massa folhada, então  o desafio seria conseguir aquela textura suculenta da carne sem que a massa ficasse muito seca ou até mesmo passasse do ponto. Pronto, fui ao supermercado e comprei os ingredientes.
Pra acompanhar fiz brócolis na manteiga com bacon e uma salada de repolho roxo com batatas e azeitonas.

Para  a carne: 
700 gr de maminha moída ( pedi pro moço do açougue passar no moedor três vezes), 01 cebola ralada, sal, pimenta do reino, cheiro verde picadinho e um ovo pra dar liga. Misturei tudo pra envolver a carne nos temperos e deixei na geladeira por mais ou menos uma hora.
Depois disso, abri a massa e coloquei a carne envolvendo nela a massa folhada.
Pincelei com um ovo, queijo parmesão, orégano e cheiro verde. Coloquei no forno médio nos primeiros 10 minutos e depois deixei no forno baixo pra não correr o risco da carne ficar crua e ficou por lá por mais ou menos 40 minutos até a massa ficasse bem sequinha.




Depois de assado ficou assim:




Brócolis na manteiga com bacon:
Fritei cubinhos de bacon com um fiozinho de azeite até eles ficarem sequinhos e reservei. Na própria panela coloquei uma colher bem cheia de manteiga,  alho picadinho e em seguida o brócolis, sal e pimenta do reino. Mexi, tampei a panela por uns cinco minutos até os brócolis ficassem al dente, juntei o bacon e desliguei o fogo.



Salada:
Cozinhei uma batata grande cortada em cubinhos na água e escaldei o repolho roxo picadinho.
Depois disso, juntei as batatas cozidas ao repolho, temperei com limão, vinagre balsâmico, sal, pimenta do reino, azeite, cubinhos de queijo minas, azeitonas e bastante cheiro verde. Deixei na geladeira por um tempo pra pegar bem os temperos.

O prato finalizado:



Enquanto toda a receita estava sendo feita, foi-se uma garrafa de vinho! Ideal pra quem depois de toda esta comidinha,  pode descansar e aproveitar o fim de tarde de domingo só na preguicinha...

Impressões finais: A combinação de todos os pratos ficou muito boa, o Marcus disse que acertei no conjunto!
Ah, e ouvimos Chico Buarque pra que toda esta combinação ficasse mais perfeita ainda...

15 de setembro de 2010

Carne na cerveja preta

Sempre ouvi falar de uma tal carne na cerveja preta, mas nunca havia comido ou visto alguma receita. Fui ao supermercado sem saber direito o que comprar para o almoço de domingo, como domingo é dia de almoço em familia, e a minha tá um pouquinho longe, mas o Marcus tava em casa e um casal de amigos iria passar pra filar a bóia, fiquei pensando num prato que tivesse essa cara "familia".
Foi então que nas gôndolas do supermercado, olhei pra uma garrafa de cerveja preta e ela olhou pra mim e foi um momento inspirador!
Logo me lembrei desta receita ( que não conhecia, mas de certa forma fazia parte do imaginário) e comprei os seguintes ingredientes:

1 peça de ponta de peito bovino de + ou - 1 kg
1 lata de tomate sem pele
1 garrafa pequena de cerveja preta
03 cebolas
alho, sal, pimenta dedo de moça ( eu usei 03) e pimenta do reino.

Como fiz:
Limpei a carne e fiz pequenos furos em que introduzi alguns dentes de alho.
Selei a carne na panela de pressão com um fio de azeite, e quando ela já estava douradinha, salpiquei o sal, a pimenta do reino, e as pimentas dedo de moça cortadinhas sem sementes, a cebola picadinha, e a garrafa de cerveja preta junto com a lata de tomate sem pele, tampei a panela que ficou cozinhando por cerca de 40 minutos em fogo alto.

Como ficou?
de lamber o prato!
A carne ficou muito macia e o molho ficou muito incorpado, uma delícia!




Pra acompanhar fiz meu tradicional macarrão com legumes ( passo a receita logo, logo!) e uma salada de couve picadinha com queijo minas em cubinhos, tomate cereja e Kiwi, regado com molho de mostarda, azeite e limão.

11 de setembro de 2010

Batatas assadas com ervas, filé mignon de porco com tomates e vinagre balsâmico

Depois de um tempo sem postar ( mas não sem cozinhar!), acordei hoje inspirada e resolvi fazer essa comidinha que encheu meu minúsculo apartamento com um aroma delicioso.
A comida também ficou deliciosa - segundo o Marcus foi uma das coisas mais gostosas que fiz!
Então vamos lá, segue a receita.

Batatas assadas com ervas:
Cortei duas batatas em tiras sem descacar, coloquei numa assadeira, salpiquei com alho picadinho, sal, pimenta do reino, dois dentes de alho inteiro - também com casca pois assim ele fica macio por dentro, nóz moscada, manjericão, cheiro verde picadinho, alecrim e uma pitada de canela em pó pra dar uma leve adocicada, joguei um fio de azeite e mexi bem pra que todas as batas ficassem envolvidas nos temperinhos. Levei ao forno médio até que elas ficassem sequinhas e crocantes.

Filé mignon de porco:

Marinei um pedaço de mais ou menos 300 gr de filé mignon de carne de porco, com sal, alho, limão, e vinagre balsâmico. Numa panela bem quente, selei a carne com um fiozinho de azeite, depois coloquei um cálice de vinho, dois tomates pelados com o molho, dois dentes de alho inteiros, cebola, alecrim e coloquei na pressão por mais ou menos 20 minutos.

Tomates:
A parte mais simples. Piquei dois tomates e temperei com azeite e sal, reduzi o vinagre balsâmico e joguei essa calda por cima.

O resultado:






11 de agosto de 2010

Banana com carne e purê de mandioquinha salsa.

Sei que o nome pode não ser muito inspirador, mas foi pensando nestes dois ingredientes que acabei fazendo a comidinha desta noite.
Inspirada por um livro de receitas sobre a cozinha paulistana, passei no supermercado e comprei os seguintes ingredientes:
800 gr de filé de alcatra, 6 madioquinhas-salsa ( ou batata baroa), um maço de cebolinha, duas cebolas, alho, sal, pimenta do reino, mostarda, banana nanica (pode ser da da terra, se preferir), manteiga e farinha de rosca.


Aí, fiz o seguinte: Coloquei a carne numa panela com um fio de óleo bem quente pra selar, depois que ela estava coradinha botei a pimenta do reino, o sal e o alho e deixei até o caldo secar, depois acrescentei a cebola picadinha em cubos,  a mostarda e deixei a carne refogar até ficar macia.  Mexendo sempre,  por último acrescentei a cebolinha bem picadinha.
Em outra panela, coloquei as mandioquinhas-salsa pra cozinhar e quando elas estava bem molinhas tirei a panela e amassei com um garfo até formar um purê. Coloquei numa panela a manteiga, sal e noz moscada, adicionei leite e deixei ali apurando até dar uma engrossada. 
Cadê as babanas? 
Cortei ao meio as bananas ( descascadas é claro!) e passei no ovo e na farinha de trigo duas vezes e fritei em pouco óleo.
Pra completar fiz um arroz do jeito que minha vó fazia e ficou bem soltinho.
O resultado, tá aqui ó:


Observações: A combinação de todos os sabores ficou bem bom! A banana frita combinou muito com o purê de mandioquinha-salsa e a carne ficou bastante saborosa e delicada.
Fiquei pensando que se tivesse vinagre balsâmico poderia fazer uma redução e regar a banana e o purê, iria dar um toque mais exótico e ressaltar a mistura do doce com o salgado. Fica a dica pra quem quiser!
O vinho, é claro esteve presente enquanto as panelas trabalhavam.



9 de agosto de 2010

Sopa rústica de abrobrinha com batatas e queijo minas


Esta receita fiz numa noite fria em que cheguei em casa com muita vontade de cozinhar,  minha idéia era fazer uma sopinha, prato rápido e reconfortante. Aliás sopa é o alimento mais reconfortante que existe pra mim. Minha memória afetiva está intimamente ligada à sopa. Minha mãe é “gênia” na sopa, me lembro que nos dias frios ela sempre abria a geladeira e olhava atentamente a tudo que havia lá e depois de alguns segundos dizia: ” hummm…acho que vai dar sopa!” e transformava a mistura do dia anterior com alguns temperos e legumes refogados na  hora, água e depois de alguns minutos fervendo na panela jogava um ou dois ovos e lá estava,  uma sopa deliciosa! 
As vezes de  macarrão, outras de  legumes, algumas vezes fubá pra engrossar e no fim uma saborosa sopa se tornava o banquete dos deuses.
Já na minha adolescência quando estudava no período noturno, muitas vezes chegava em casa e a surpresa esperada era ela: a sopa.
Pensando nisto e inspirada por esse friozinho, passei no supermercado e comprei 3 batatas, uma abrobrinha, linguiça calabresa fininha, 1 cebola,  cheiro verde e uma saquinho de creme de tomate com ervas. A idéia era incrementar este creminho, já que o tempo estava curto pra fazer um molho para o creme de tomate.
Fiz numa panela de ferro bem grossa, fritei a liguiça com um fio de azeite até ficar bem moreninha e crocante, em seguida coloquei o alho picadinho e deixei fritar, depois joguei a cebola picada em cubinhos, a abrobrinha e a batata, e adicionei o pacote inteiro de creme de tomate e ervas, em seguida coloquei um  pouco de sal e pimenta do reino, dei uma refogada nisto tudo e adicionei  água e misturei bem. Deixei a panela semi-tampada e baixei para o fogo mínimo. Agora é o tempo e o fogo que terminam o serviço.
Quando o caldo estava bem grosso, joguei dois ovos inteiros e dei uma mexida de leve. Tampei a panela novamente e deixei mais uns cinco minutinhos. Apaguei o fogo e joguei o cheiro verde por último.
Pra servir coloquei numa cumbuquinha e salpiquei cubinhos de queijo minas. O resultado foi este:
A gente tomou acompanhada de um vinho chileno, incorpado.O Marcus deu nota 7,5  mas vamos levar em consideração que ele não é muito chegado em sopa. Por ele, depois de tudo pronto eu batia no liquidificador e virava um caldinho.
Eu acho que mereço nota 8,5. Já fiz sopas melhores. Mas nota 10 mesmo, só minha mãe!

8 de agosto de 2010

Primeira receita

Câmbio, testando.
Câmbio, testando…EEERRR, 1, 2,3, 4. Testando…

Depois de algumas horas tentado dar início a este treco chamado blog ( já tava até me esquecendo porque tive a idéia de fazer um!), segue agora meu primeiro post.
Bom a idéia disto aqui, é fazer um livro de receitas. Colocar aqui alguns dos experimentos que tenho feito na cozinha. Invencionices, como dizia meu avô quando me via sozinha ainda criança na cozinha,  tentando imitar minha avó com avental e colher de pau na mão…

Cardápio de hoje:


Frango Picante com mel e gengibre, acompanhado de cereais e salada de cenoura com queijo e regado ao vinagre de amora.

Piquei alho, cebola e gengibre bem fininhos, refoguei com mel  e pimenta do reino e o peito de frango, deixei dourar, depois coloquei mostarda e azeitona, tampei a panela e deixei curtir no fogo baixo por alguns minutos, mechendo de vez em quando.
Servi acompanhado de cereais  refogados e salada de cenoura e queijo parmesão ralados,   reguei com um vinagre de amora que o pai de uma amiga fez (receita holandesa) e servi.
Ficou bem delicioso!

Upgrade: Fiz este prato no começo de julho em casa.  Depois em um encontro entre amigos, repeti a receita,  só que usando sobrecoxas desossadas ao invés do peito e substituí a cenoura por uma salada de rúcula com tomate seco e queijo minas, regado com molho de mostarda. Aprovado por todos!